Titular noticias

SIBECOL assina o manifesto pela proteção de doñana

Sunday 27 March 2022


25 Sociedades Científicas, entre elas SIBECOL, e 1109 científic@s e investigadores/as de la Península Ibérica alertam para o futuro de Doñana

Através de um manifesto, apoiado por um número sem precedentes de investigador@s, o mundo da ciência de Espanha e Portugal posiciona-se sobre a nova proposta de legalização de exploração agrícola na vizinhança do Parque Nacional de Doñana e sobre o futuro deste espaço natural.

25 de março de 2022. Um total de 25 sociedades científicas estatais que formam parte do Grupo de Sociedades Científicas para a Conservação do Património Natural (SOCINAT), junto com 1109 investigadores ligados à biodiversidade e geodiversidade, assinaram um manifesto a favor de la protecção de Doñana, contrariando a legalização de exploração agrícola na área circundante do parque nacional.

Este manifesto explica que a informação sobre a evolução dos diferentes parâmetros hidrogeológicos, hidrológicos e biológicos de Doñana, resultado dos múltiplos estudos levados a cabo nas últimas décadas, não deixa margem de dúvida sobre a degradação do parque nacional. Por isso, deve ser repensado novo plano de gestão territorial, por forma a minimizar as ameaças sobre o espaço natural e evitar qualquer aumento da superfície de regadio nas áreas circundantes.

O manifesto, com um apoio sem precedentes no campo da ciência espanhola, e também portuguesa, aponta para as já existentes degradações ao nível do ecossistema e enumera as significativas alterações nas comunidades vegetais, com desaparecimento de plantas, tendências negativas relevantes em espécies ameaçadas de aves, e em todos os organismos dependentes de habitats aquáticos, como libélulas, peixes, anfíbios, répteis, e muitos mais, afectando gravemente a biodiversidade do parque nacional. O documento dá, igualmente, conta que a resiliência do ecossistema já foi gravemente afectada e que tem tendência a agravar-se e a tornar-se irreversível se não se limitarem as causas da drástica alteração que Doñana e a sua envolvente estão a sofrer. Assim, lamentamos que o Parlamento de Andaluzia tenha dado luz verde à proposta de um plano para modificar as zonas de regadio da área envolvente de Doñana e aumentar a superfície legal de rega, apesar da oposição do Governo Estatal, da região hidrográfica, de organizações ecologistas, sociais e políticas, boa parte dos agricultores afectados para além das advertências de organismos internacionais.

Perante esta situação, as sociedades científicas e investigadores de diferentes áreas científicas que assinaram este manifesto, confirmam que as pressões globais que actualmente Doñana enfrenta são alarmantes e insustentáveis. Afirmam ainda, suportados por evidências científicas, que qualquer aumento da superfície de regadio pressupõe uma ameaça e que a legislação presente possui ferramentas suficientes que devem ser aplicadas para impedir a deterioração a que o Parque Nacional de Doñana está sujeito.

 

Últimas noticias